domingo, 30 de março de 2014

Amor e Outras Drogas (Love and Other Drugs)

    Você certamente já conhece a história desse filme. Um homem do tipo conquistador, com dificuldades para expressar seus sentimentos e pouco auto-conhecimento, que não se apega a nada nem a ninguém, conhece uma mulher por um acaso. Com ela, tudo é diferente, e ele se apaixona. Mas essa mulher não pode ter um relacionamento e precisa mantê-lo a uma distância segura para não sofrer.
    Essa é uma trama bastante repetida em Hollywood. Há muitos filmes do tipo, em que uma mulher ajuda um homem a amadurecer, se encontrar, ser uma pessoa melhor. Mas por mais que apresente esta fórmula já conhecida, o filme aborda também outros dois assuntos que eu ainda não havia visto neste gênero: o absurdo funcionamento da Indústria Farmacêutica e o Mal de Parkinson. Jamie Randall (personagem inspirado em Jamie Reidy)é um representante comercial da Pfizer, um dos grandes laboratórios do mercado. Maggie Murdock é uma mulher de 26 anos com Mal de Parkinson, uma doença degenerativa do Sistema Nervoso Central. Eles iniciam um relacionamento com a promessa de que não haverá nada além de sexo casual. Mas os sentimentos, claro, acabam fugindo ao controle dos dois.
    Acho que é um mérito deste filme abordar dois temas que, provavelmente, sejam desconhecidos da maior parte do público ao qual ele é direcionado. E não posso deixar de comentar também o fato de que, segundo meus conceitos, conseguiram criar o casal  cinematográfico mais bonito dos últimos tempos.
    O mais legal do filme: mostra, ainda que humoristicamente, os esquemas nojentos entre laboratórios e médicos e ilumina nossa visão sobre o Parkinson com leveza e beleza.

Trailer

Ficha Técnica
Love and Other Drugs (2010)
Direção: Edward Zwick
Elenco: Jake Gyllenhaal, Anne Hathaway, Josh Gad, Oliver Platt, Hank Azaria, Gabriel Macht
Duração: 113 minutos

terça-feira, 18 de março de 2014

O Homem Que Fazia Chover (The Rainmaker)


       Dirigido por Francis Ford Coppola e estrelado por um grande elenco, este ótimo filme tem os tribunais como cenário. Aqui conhecemos o jovem e recém formado (e carismático) advogado Rudy Baylor, que no início da trama se vê obrigado financeiramente a trabalhar em um escritório mercenário, de advogados que ficam à espreita nos hospitais, aliciando pacientes, clientes em potencial. Rudy, porém, é um rapaz idealista, que pretende ajudar as pessoas com sua profissão. 
    No momento de sua contratação, ele já tem dois clientes: Miss Birdie, uma idosa solitária, que pretende ajustar os beneficiários de seu testamento de uma forma bastante peculiar; e os Black, uma família bastante problemática em processo contra o seu plano de saúde, já reconhecido por sua renomada equipe de advogados que ganham todas as causas levadas à justiça. O processo ocorreu em função das inúmeras negativas de cobertura do transplante de medula que Donny Ray Black, o filho do casal, necessitava, em função de sua leucemia, já em estágio avançado. Quando está no hospital procurando clientes e estudando o caso de Donny ray, Rudy conhece Kelly Riker, uma mulher que é espancada constantemente pelo marido.
    O mais legal do filme: Traz a tona duas discussões bastante salientes atualmente, quais sejam, o ideal de justiça de certos profissionais ligados ao direito em oposição ao exercício da profissão de forma puramente econômica e, muitas vezes, corrupta, e as imensas falhas estruturais nos planos de saúde, que oferecem uma série de empecilhos para dar cobertura médica quando os usuários mais precisam, sempre tendo como prioridade a economia de verba, em detrimento da saúde das pessoas.

Trailer

Ficha Técnica
The Rainmaker (1997)
Direção: Francis Ford Coppola
Elenco: Matt Damon, Jon Voight, Danny DeVito, Claire Danes, Danny Glover, Virgina Madsen
Duração: 135 minutos
    

domingo, 16 de março de 2014

Miss Representation

    Miss Representation é um documentário dirigido por Jennifer Siebel, uma atriz e, a partir deste, diretora dos Estados Unidos. O título do filme, sem tradução oficial em português, é um trocadilho com a palavra "miss": ela significa falta de alguma coisa (neste caso, falta de representação), mas também é a alcunha das vencedoras dos repetitivos concursos de beleza que ocorrem mundialmente. Jennifer justifica a realização do documentário com o nascimento de sua primeira filha, Montana. Ela diz que, a partir disto, começou realmente a refletir sobre as armadilhas sexistas em que ela própria havia caído, como mulher e como atriz.
    O documentário mostra o grande poder da mídia para a construção das identidades de meninos e meninas, apesar de o foco estar na imagem destas últimas. A situação analisada refere-se aos E.U.A., mas pode facilmente ser estendida a outros países, incluindo o Brasil, que copia da América do Norte a maioria de sua produção midiática. Para essa análise, faz uso de estatísticas, entrevistas com figuras políticas, atrizes, diretoras e roteiristas e estudantes do Ensino Médio, e ainda apresenta imagens veiculadas pela Indústria Cultural, o que inclui publicidade, filmes, games, noticiários, etc.
    Logo no início recebemos a informação de que os jovens passam em média 11 horas por dia conectados a algum tipo de mídia, incluindo mídia impressa, televisiva e virtual. Como negar o poder de influência da mídia na construção de nossa sociedade, se os futuros adultos passam mais tempo com a mídia do que em qualquer outro espaço?
    O mais legal do filme: ao final são sugeridas diversas ações que cada um pode ter para modificar esse cenário injusto e nocivo.

Trailer
Filme completo legendado

Ficha Técnica
Miss Representation (2011)
Direção: Jennifer Siebel Newson
Entrevistas: Jane Fonda (atriz), Geena Davis (atriz), Condoleezza Rice (Secretária de Estado), Katie Couric (âncora de telejornal), etc.
Duração: 86 minutos