segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Millennium III: A Rainha do Castelo de Ar (Luftslottet Som Sprängdes)

    O título do último filme da trilogia Millennium, como é bastante comum, foi traduzido para o português sem fidelidade ao título original. A tradução literal para ele seria "O Castelo de Ar que Explodiu". A frase claramente faz referência ao esquema mantido por um grupo dentro do governo, do qual Lisbeth Salander foi vítima desde a infância, que é desvendado graças à ajuda dos amigos que ela parece não acreditar que tem. O castelo de ar construído durante décadas finalmente explode, libertando sua principal prisioneira.
    Após o confronto ocorrido no final do segundo filme, Lisbeth e Alexander Zalachenko, seu pai, estão internados no mesmo hospital, em recuperação. Lisbeth está sendo acusada pela tentativa de assassinato de seu pai, e Zala está na mira da organização da qual participa, pois tem muitas informações que não podem vir à tona. Enquanto isso, Mikael Blomkvist e a equipe da Millennium tentam descobrir todos os nomes desse grupo secreto para denunciá-los à sociedade e salvar Lisbeth da cadeia e da tutela do estado. 
    A trilogia Millennium, para além de sua grande qualidade enquanto entretenimento, tem como mérito provocar algumas reflexões acerca de uma sociedade a qual, mesmo não conhecendo muito, tomamos como exemplo de civilidade, retidão e idoneidade política. O autor da trilogia foi um jornalista que dedicou a vida a fazer denúncias sobre a administração de seu país, e certamente não foi à toa que decidiu escrever uma história sobre personagens corruptos e cruéis escondidos sob a imagem do governo de uma nação acima de qualquer suspeita.
    O mais legal do filme: a própria investigação, que cativa a atenção do início ao fim.

Trailer

Ficha Técnica
Luftslottet Som Sprängdes (2009)
Direção: Daniel Alfredson
Elenco: Noomi Rapace, Michael Nyqvist, Lena Endre, Annika Hallin, Anders Ahlbom, Sofia Ledarp, Jacob Ericksson
Duração: 141 minutos

domingo, 29 de dezembro de 2013

Millennium II: A Menina Que Brincava Com Fogo (Flickan Som Lekte Med Elden)

    Stieg Larsson, autor da trilogia Millennium, foi um jornalista sueco militante dos direitos humanos que escrevia sobre o fascismo e a extrema direita presentes na política de seu país. Aos quinze anos, presenciou um estupro coletivo de uma garota a qual ele não ajudou. Trinta anos depois, sua trilogia literária foi lançada, postumamente. Os dois personagens principais: uma garota aparentemente frágil que sofre abusos de homens, e instituições controladas por eles, mas que usa sua inteligência e habilidade para se vingar, e um jornalista que utiliza seu veículo de comunicação para denunciar o lado podre do cenário político sueco.
    Claramente, Larsson utilizou a literatura para denunciar, uma vez mais, a corrupção em seu país e a violência praticada contra as mulheres nas mais variadas instâncias da sociedade. Mikael Blomkvist, o jornalista da história, pode ser visto como um lado autobiográfico de Larsson. Já Lisbeth Salander, a personagem central da história, pode ser interpretada como uma forma do autor expiar sua culpa e exprimir seus sentimentos sobre o estupro ocorrido décadas atrás: Lisbeth sofre, mas pune seus agressores e tenta se vingar dos homens que odeiam as mulheres.
    Neste segundo filme da trilogia, a revista Millennium está investigando as organizações por trás do tráfico de mulheres do Leste Europeu, obrigadas a prostituirem-se na Suécia. Mas a investigação é interrompida quando ocorrem três assassinatos cuja principal suspeita é Lisbeth, que ficou um ano sem dar notícias após o final do primeiro filme.
    O mais legal do filme: A cena dos motoqueiros. Acho que toda mulher gostaria de ser Lisbeth naquele momento.

Trailer

Ficha Técnica
Flickan Som Lekte Med Elden (2009)
Direção: Daniel Alfredson
Elenco: Noomi Rapace, Michael Nyqvist, Lena Endre, Yasmine Garbi, Micke Spreitz, Johan Klyén
Duração: 124 minutos

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Millennium: Os Homens Que Não Amavam As Mulheres (The Girl With The Dragon Tattoo)

    Lisbeth Salander é a garota com a tatuagem de dragão do título do filme. Uma jovem andrógina, de ar melancólico e solitário, dona de uma história de vida bastante conturbada, com o corpo coberto de piercings e tatuagens, que está sob tutela do estado desde os 12 anos - o motivo, descobre-se apenas na etapa final do filme. Ela tenta sua independência trabalhando como pesquisadora/hacker de uma empresa de segurança.
    Mikael Blomkvist é um jornalista investigativo dono de uma publicação chamada Millennium. Ele a utiliza para desvendar crimes de corrupção de figuras poderosas do cenário político e econômico da Suécia, país onde se desenrola a história.
    Henrik Vanger, chefe de uma família tradicional que vive em uma ilha do norte gelado do país, contrata a agência em que Lisbeth trabalha para investigar Blomkvist e ela é a responsável por fazer o relatório sobre o jornalista. Henrik tem intenções de contratá-lo para que investigue um crime antigo não solucionado na família: o desaparecimento de Harriet Vanger, sua sobrinha que à época do desaparecimento tinha 16 anos.
    Apenas com uma breve descrição dos personagens, percebe-se o quão rico é este filme. São vários núcleos compondo a história, um mais interessante que o outro. O filme é a 2ª adaptação para o cinema da obra "Män Som Hatar Kvinnor" (Os Homens Que Odeiam As Mulheres), do escritor sueco Stieg Larsson, que faz parte de uma trilogia. Uma adaptação sueca homônima foi lançada dois anos antes, contemplando também os outros dois volumes da trilogia.
    O mais legal do filme: Lisbeth, personagem atípica: uma justiceira contemporânea, nerd e magricela.

Trailer

Ficha Técnica
The Girl With The Dragon Tattoo (2011)
Direção: David Fincher
Elenco: Rooney Mara, Daniel Craig, Christopher Plummer, Stellan Skarsgard
Duração: 157 minutos
    

domingo, 22 de dezembro de 2013

Anticristo (Antichrist)

    Um filme de cenas perturbadoras e polêmicas, como é de costume na obra de Lars Von Trier, que provocam angústia, medo, dor, fascinação. É aquele tipo de obra que, quando termina, te deixa pensando, tentando interpretar os diálogos, os sentimentos dos personagens e o fechamento da história. E que depois, ao trocar impressões sobre ele com algum amigo, há a percepção de que existem muitas visões diferentes sobre o filme, pois ele tem a característica de estar aberto a essas inúmeras possibilidades de entendimento.
    A história: um casal -sem nome- perdeu seu filho pequeno num (talvez) acidente doméstico. A mulher entra em um estado de depressão profunda. O homem, terapeuta, decide submetê-la a uma cura terapêutica e a leva para uma cabana isolada no meio de uma floresta densa e escura. Ao desenvolver esse tratamento, o homem também inicia uma pesquisa sobre os sentimentos de sua mulher; enquanto isso, ela vai revelando toda a complexidade de sua culpa, dor e de seu desejo sexual.
    Essa história, aparentemente, poderia ser lida como um clichê do cinema: casal perde o filho e tenta lidar com isso. Mas a maneira como é contada faz toda a diferença para a reação das pessoas em relação ao filme: muitos acharam genial, muitos, repugnante. Acho bastante interessante a maneira como o "verdadeiro" tema do filme vai se revelando aos poucos. E acho ainda que o mergulho na mente de um personagem perturbado não pode mesmo ser indolor e fácil. É da escolha do espectador decidir mergulhar ou não.
    O mais legal do filme: o prólogo, de fotografia belíssima em P&B, que conta a história da morte do filho, com trilha sonora de uma ópera de Handel.

Trailer

Ficha técnica
Antichrist (2009)
Direção: Lars Von Trier
Elenco: Charlotte Gainsbourg, Willem Dafoe
Duração: 104 minutos